sexta-feira, 3 de junho de 2011

AS VANTAGENS DA PREGAÇÃO EXPOSITIVA

Hernandes Dias Lopes

A pregação expositiva dá ao pregador a liberdade de ser fiel em vez de bem-sucedido. A pregação expositiva tem o compromisso de explicar a Palavra de Deus. J. Grant Swank Jr. afirma que a pregação expositiva é uma resposta à secura da nossa pregação. Foi o estilo mais freqüentemente empregado pelos profetas, Jesus, apóstolos, reformadores, puritanos, e os pregadores mais conhecidos da história. A pregação expositiva tem sido um dos melhores instrumentos para refrescar espiritualmente o povo de Deus através das eras.

Há muitas vantagens em pregar a Palavra de Deus de maneira expositiva. Walter Liefeld comenta que este estilo dá mais confiança aos pregadores. “Assim diz o Senhor” é o âmago da pregação expositiva. Ela é também o melhor instrumento para evitar o subjetivismo. O pregador deve confinar-se à verdade bíblica. Ela facilita o pregador à proclamação de todo o conselho de Deus em vez de pregar os seus temas preferidos.

A pregação expositiva traz conhecimento bíblico, num período marcado pelo analfabetismo bíblico. Ela responsabiliza o pregador pela pregação do que Deus diz e não do que ele, pregador, quer dizer. A exposição dá ao pregador proteção contra várias armadilhas. Este método mantém o pregador longe de seu brinquedo de criança e o leva a oferecer uma dieta equilibrada para o povo. A exposição remove também a ansiedade sobre o que pregar. Na manhã de segunda-feira você sabe para onde vai e pode começar imediatamente a sua preparação. A pregação expositiva desenvolve o apetite. Esta abordagem é talvez a melhor maneira de treinar as pessoas a se tornarem professores da Bíblia. Finalmente, a exposição produz maturidade espiritual.

Nolan Howington diz que as pessoas que ouvem tal pregação são ajudadas a pensar e viver biblicamente.
Andrew W. Blackwood apresenta algumas vantagens da pregação expositiva: redescobrir a Bíblia, crescer no conhecimento cristão, usar a Bíblia de maneira prática, crescer na graça cristã, aplicar a ética bíblica e aprofundar a experiência bíblica.

Alistair Begg lista outros benefícios da pregação expositiva:

1. A pregação expositiva dá glória a Deus, que deve ser o alvo final de tudo que fazemos.
2. A pregação expositiva exige que o pregador se torne um estudioso da Palavra de Deus.
3. A pregação expositiva capacita a congregação a aprender a Bíblia da maneira mais eficiente e natural.
4. A pregação expositiva impede o pregador de evitar passagens difíceis ou de demorar-se em seus textos favoritos.
5. A pregação expositiva assegura que a congregação se beneficie de uma dieta balanceada da Palavra de Deus.
6. A pregação expositiva liberta o pregador da pressão dos preparativos de última hora na noite de sábado.

David Jussely oferece também algumas vantagens da pregação expositiva. Ele diz que os pregadores que contemplam o método lecito continua por meio de livros, capítulos ou seções da Escritura, obterão vários benefícios pessoais.

Primeiro, tempo valioso poupado. A sequência do estudo e exposição será sempre descoberta na seção ou versículo seguinte do texto.

Segundo, o pregador tratará de uma variedade mais ampla de questões ao seguir o método lecito continua de seleção de textos de sermões. Quando os pregadores tratam dos mesmos temas repetidamente, as congregações se cansam e podem julgar que o pregador está sendo motivado por uma agenda estreita.

Terceiro, a exposição lecito continua promove a erudição na pregação. Este método de exposição bíblica pode impedir o expositor de interpretar erradamente os textos bíblicos ou usá-los fora de contexto.

Quarto, o método lecito continua de pregação pode poupar tempo de pesquisa valioso para o pregador.

Quinto, o método lecito continua de exposição permite ao pregador oportunidades para tratar de assuntos delicados numa situação congregacional sem dar a aparência de estar apontando o dedo às pessoas ou problemas na igreja.

A pregação expositiva não só beneficia o pregador, como também dá algumas vantagens ao povo.
1. A pregação expositiva dá força ao povo.
2. A pregação expositiva encoraja o povo a estudar por si mesmo a Palavra de Deus.
3. A pregação expositiva tem um meio de ampliar os horizontes do indivíduo.
4. A pregação expositiva oferece ao pregador uma congregação cada vez mais amadurecida.

David Jussely, ainda aponta três vantagens da pregação expositiva para a congregação: primeira, este método de escolher textos na pregação possui valor pedagógico. A pregação lecito continua ensina a maneira de os indivíduos envolverem-se no pensamento crítico e ensinarem as pessoas a ler e estudar a Bíblia por si mesmas. Segunda, os membros das igrejas expostos a sermões lecito continua podem monitorar o seu progresso e ver sua exposição a vários assuntos cobertos nos sermões. Terceira, a exposição dessa maneira expõe o ouvinte a maior variação de aplicações práticas da Bíblia.

Extraído do livro: PREGAÇÃO EXPOSITIVA "Sua importância para o crescimento da igreja" - Hernandes Dias Lopes - Editora Candeia (págs.: 138-141)
Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/9marcas/2011/05/31/vantagens-da-pregacao-expositiva/

terça-feira, 3 de maio de 2011

CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA PREGADORES - INTRODUÇÃO

CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA PREGADORES
A homilética sem complicação

Introdução

Pregar a Palavra de Deus é o maior privilégio de todos. Por meio da pregação o evangelho de Cristo é semeado nos corações, gerando arrependimento, fé e resultando em salvação de vidas que são transformadas pelo Espírito Santo. Porém, todo pregador precisa estar ciente da grande responsabilidade que há em se falar em nome do Senhor. Assim como tudo que concerne ao reino de Deus, o pregador também deve exercer seu ministério com zelo, prudência e preparo. (Rm 12:11; Lc 12:47) Deus não se agrada em que sua obra seja feita relaxadamente (Jr 48:10). Foi com esta premissa que o presente curso foi elaborado, a fim de melhor capacitar você, pregador, a desenvolver sua chamada e honrar ao Senhor neste ministério.

O que é homilética

Homilética é o nome teologicamente correto para um curso destinado à pregação. A palavra homilética provém do termo grego homilia, que significa discurso, palestra, ou conversa mútua. A homilética pode ser entendida simplesmente como: “a ciência ou arte do discurso cristão.”
Os leigos costumam confundir homilética com hermenêutica e exegese, que são também outros termos teológicos. Apesar de a homilética estar ligada tanto à hermenêutica e quanto à exegese, o estudante de teologia precisa saber diferenciá-las.


Diferença entre homilética, hermenêutica e exegese

Os conceitos abaixo foram extraídos do Dicionário de Teologia:

1.     Hermenêutica
“Disciplina que estuda os princípios e as teorias de como os textos devem ser interpretados, sobretudo os textos sacros como a Bíblia. A hermenêutica também se preocupa com o entendimento de papéis e dos relacionamentos singulares entre o autor, o texto, o público-leitor original e o posterior.”

2.     Exegese
“Exegese é literalmente ‘extrair significado de’. Refere-se ao processo de buscar entender o que um texto quer dizer ou comunicar por si mesmo.”
Em outras palavras, a exegese estuda como interpretar um texto bíblico, de forma fiel à intenção original do autor.

3.     Homilética
“Disciplina teológica que busca compreender o propósito e o processo da preparação e apresentação de sermões. A homilética busca entender e integrar os papéis do pregador, da mensagem e do público. Também busca ajudar o pregador a se preparar espiritualmente para a pregação, a desenvolver sermões fiéis às Escrituras e a apresentá-los de forma culturalmente aplicável.”


Relação entre homilética, hermenêutica e exegese

Uma vez que a homilética estuda o sermão e a pregação, e ambos estão ligados à Bíblia, esta precisa ser corretamente interpretada. Quando o texto bíblico é mal interpretado, tanto o sermão quanto a pregação tornam-se veículos perfeitos para a propagação de heresias. Infelizmente, alguns bons oradores são péssimos na interpretação das Escrituras. Surgem assim doutrinas estranhas, heréticas, que podem gerar o aparecimento de novas seitas.
Assim sendo, a primeira tarefa de um autêntico pregador da palavra de Deus é saber interpretá-la corretamente. A disciplina teológica que cuida desta correta interpretação chama-se hermenêutica. E, dentro da hermenêutica, dá-se o nome de “exegese” ao trabalho de aprofundamento minucioso em um texto, a fim de se descobrir o propósito do autor em escrevê-lo. Com a aplicação das regras da hermenêutica, e uma correta exegese, o pregador terá certeza de que sua mensagem está ensinando aquilo que a Bíblia diz, e não as suas próprias idéias.
Portanto, o pregador não somente precisa, mas deve, o quanto antes, investir no estudo da hermenêutica. Desprezar isto é arriscar-se em trocar o alimento da Palavra de Deus, pelo veneno da heresia.

Definição de termos relacionados à homilética

a) Retórica
Estudo das regras concernentes à eloqüência.

b) Eloqüência
Dom natural da palavra, que pode ser desenvolvido através do estudo da oratória.

c)  Oratória
Arte de falar em público de forma elegante, fluente e atrativa.

d) Sermão
Discurso de caráter religioso.

e) Pregação
O ato pelo qual se expõe o sermão.

f)   Tema ou tópico
    A idéia principal da pregação.   




Autor: Alan Capriles
alancapriles@gmail.com


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Os direitos autorais deste curso estão protegidos. Você está autorizado pelo autor a copiá-lo, desde que mencionada a fonte, mas não poderá comercializá-lo. O descumprimento desta regra certamente acarretará em processo judicial por parte do autor deste curso.

CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA PREGADORES - CAPÍTULO I

I -        O PREGADOR

1.1     - Seu Conhecimento

a)        Conhecimento Bíblico

“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR” (Oséias 6:3a RA)
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2:15 RA)
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,  a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
(2 Timóteo 3:16-17 RA)

1.   Métodos de estudo das Escrituras Sagradas
§  Toda Bíblia
É o método mais comum de ler as Escrituras. Consiste na leitura seguida de todos os livros da Bíblia. Lendo três capítulos por dia e cinco no domingo você concluirá todos os 66 livros em um ano.
§  Livro específico
Trata-se da análise exaustiva de um livro da Bíblia por vez. O mesmo livro é repetidamente lido e, em cada nova leitura, busca-se analisar diferentes aspectos.
§  Tópico
Consiste na escolha de um tópico específico e pesquisar os versículos relacionados a este assunto.
§  Personagens
Neste método você escolhe um personagem bíblico e procura saber tudo a seu respeito, estudando cada versículo a ele relacionado.

2.   Suplementos para estudo bíblico
Para um estudo aprofundado da Bíblia é indispensável consultar determinados livros. Aos poucos você deve adquiri-los e logo terá a sua própria biblioteca pessoal de estudo bíblico. Você precisará deste recurso se quiser preparar um sermão com excelência. Se você possui computador, já existem programas que englobam a maioria dos livros que sugiro abaixo:
§  Concordância bíblica
§  Dicionário bíblico
§  Mapas de terras bíblicas
§  Comentário bíblico
§  Bíblia de referências
§  Diversas versões da Bíblia
§  Diversas Bíblias de Estudo
§  Livro de dificuldades bíblicas
§  AT interlinear hebraico-português
§  NT interlinear grego-português
§  Dicionário hebraico-português
§  Dicionário grego-português

b)       Conhecimento Teológico

1.   Seminário
A Escola Bíblica Dominical é muito importante, principalmente para que você conheça melhor as doutrinas da sua própria igreja e tenha maior comunhão com os irmãos. Mas isto não significa que você não deva buscar mais conhecimento da palavra de Deus. E, para isto, nada melhor do que cursar um bom seminário teológico. Ao fazê-lo, não se contente apenas com o curso básico. Prossiga! Quanto maior o seu nível de conhecimento, melhores serão suas pregações.

2.   Livros teológicos
Para enriquecer o seu conhecimento e, conseqüentemente, suas pregações, adquira livros que vão ajudá-lo no preparo dos sermões e no conteúdo de suas mensagens. Seguem-se algumas sugestões:
§  Homilética
§  Hermenêutica
§  História da Igreja
§  Apologética
§  Biografias de cristãos exemplares

c)        Conhecimento Secular

1.   Escolaridade
Não despreze a importância do conhecimento adquirido secularmente. Aprenda bem a língua portuguesa e, se possível, aprenda também inglês e espanhol. Não esqueça que os melhores seminários teológicos exigem que o aluno tenha concluído o Ensino Médio (antigo segundo grau) para que possa matricular-se no curso de bacharel em teologia. Portanto, não fuja da escola!

2.   Atualidades (jornais, revistas, internet, etc.)
Se você quer pregar bem, não seja um alienado. Alguém já disse que um bom pregador sempre anda com sua Bíblia em uma das mãos e o jornal na outra. Mantenha-se atualizado! As ilustrações que mais impressionam vêm através de histórias da vida real.

1.2     - Sua Unção
Conhecimento sem unção é como luz sem calor. Ambos não podem viver divorciados.
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,” (1 Coríntios 2:4 RA)
“porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.” (1 Ts 1:5 RA)

a)        Oração
O preço da unção é o tempo que se gasta com Deus em oração. Você já deve ter ouvido a máxima: “muita oração, muito poder!” Todos os grandes pregadores da história foram homens de constante oração, tais como: João Crisóstomo, Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, João Knox, Richard Baxter, Jonathan Edwards, John Wesley, Francis Asbury, Charles Finney, Charles Haddon Spurgeon, Dwight L. Moody, Martyn Lloyd-Jones, entre outros. Além da grande eficácia como pregadores, o que estes homens tinham em comum? Todos eles acordavam cedo, muito antes do sol nascer, para buscar a Deus em oração. Este é o preço. Ore mais e você incendiará corações com suas mensagens.

b)        Jejum
Igualmente, os grandes nomes da história cristã também praticavam o jejum. John Wesley, por exemplo, jejuava duas vezes por semana. Acerca do jejum, no entanto, deve-se esclarecer o seguinte:

1.   Propósito do jejum:
§  Para santificação (Jl 2:12-13)
§  Para se humilhar (Dn 10:1-12; Mt 23:12)
§  Para maior intimidade com Deus (Jr 29:13)

2.   O jejum deve ser:
§  Secreto (Mt 6:16-18)
§  Acompanhado de oração (Dn 9:3; Mc 9:29)
§  Não exagerado (Is 58:5)

c)         Santidade
Ser santo é viver de forma consagrada ao Senhor. Santidade é separação. Não adianta nada orar e jejuar para logo em seguida fazer algo que desagrade ao Senhor. Devemos nos esforçar em seguir o conselho de Paulo a Timóteo: “conserva-te a ti mesmo puro”. (1 Tm 5:22) Ou seja, este é um esforço que nós mesmos devemos fazer. E isto só é possível com vigilância e oração.
“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra, não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.” (1 Ts 4:3-5 RC)
“mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,  porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1:15-16 RC)

Três conselhos para uma vida em santidade

1.     Afaste-se das más companhias
“ Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (1 Co 15:33 RC)

2.     Fuja do pecado
“ Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.” (1 Timóteo 6:11 RA)
“ Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” (2 Timóteo 2:22 RA)

3.     Ocupe-se com as coisas de Deus
Conta-se que Billy Grahan, o grande evangelista do século XX, certa vez foi abordado por um repórter, que lhe perguntou se ele não pecava. E a resposta foi: “Eu não tenho tempo para pecar.” E você?

1.3     - Seu Testemunho
A conduta do pregador fala mais alto que sua pregação. Você precisa viver o que prega e pregar o que vive. Caso contrário será um hipócrita.
“ Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou.” 
(1 João 2:6 RC)

Verifique como vai seu testemunho nestas três áreas da sua vida

a)        Na casa de Deus
“ mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” (1 Timóteo 3:15 RC)

b)       Na família
“ Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.” (1 Timóteo 5:8 RC)

c)        No mundo
“ E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego,  do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio.” (Atos 16:1-2 RC)
“ Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo.” (1 Timóteo 3:7 RC)




Autor: Alan Capriles
alancapriles@gmail.com



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CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA PREGADORES - CAPÍTULO II

II -           O SERMÃO

2.1     - Conteúdo do Sermão
O tempo disponível para a pregação deve ser usado com o máximo de aproveitamento. Não pode ser desperdiçado com trivialidades. Sobretudo nos últimos dias, em que muitas igrejas concedem ao pregador um mínimo de tempo, cada minuto deve ser usado com sabedoria. Como preenchê-lo? A fim de não se desviar do propósito supremo da pregação, que é a conversão e transformação das almas, cuide que o conteúdo da sua mensagem seja:

a)        Bíblico
Lamentavelmente, muitos estão pregando modismos, conjecturas, psicologia, filosofia, política, notícias, e até sobre a própria vida. Gastam o precioso tempo com leviandades.

Sete razões porque o conteúdo do seu sermão deve ser bíblico

1.     Porque Jesus nos deu exemplo pregando apenas a palavra de Deus
“ Jesus respondeu e disse-lhes: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.” (João 7:16 RC)

2.     Porque só a palavra de Deus é eterna
“ Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24:35 RA)

3.     Porque só a palavra de Deus produz fé
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10:17 RC)

4.     Porque só a palavra de Deus transforma
“ Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” (Hebreus 4:12 RA)

5.     Porque só a palavra de Deus salva
“ Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego;” (Romanos 1:16 RA)

6.     Porque pregar a palavra de Deus é urgente
“ Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino,  que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” (2 Timóteo 4:1-2 RC)

7.     Porque se não pregarmos a palavra, Deus cobrará de nós
“ Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos;  porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.” (Atos 20:26-27 RC / Cfr.: Ez 3:18)
b)       Cristocêntrico
Ainda que o texto básico para o sermão esteja em algum trecho distante do Antigo Testamento, a mensagem precisa apontar para Cristo. Só Jesus salva. Ele é o alvo da nossa pregação. Você pode pregar sobre qualquer personagem bíblico, mas não esqueça que só Jesus tem o nome sobre todo nome, que a ele foi dado todo poder no céu e na terra, e diante dele todo joelho se dobrará e toda língua o confessará como Cristo e Senhor.
“ E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.  Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.” (1 Coríntios 2:1-2 RC)
“ Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.” (2 Coríntios 4:5 RA)

c)        Atual
Ainda que a sua pregação seja baseada na história de Adão e Eva, é preciso que corresponda à realidade dos nossos dias.
“ A que, pois, compararei os homens da presente geração, e a que são eles semelhantes?” (Lucas 7:31 RA)

d)       Prático
Jesus pregava sermões que podiam ser colocados em prática. Sigamos o exemplo do Mestre.
“ Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.” (Mt 7:24 RC)
“ Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.” (João 13:17 RA)
“ Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tiago 1:22 RA)

2.2   - Objetivo do Sermão
Pregar não é um fim em si mesmo. O objetivo de um sermão pode ser definido em três necessidades que precisam ser atendidas pelo pregador:

a)        Explicar
A começar pelo texto que foi lido na abertura do sermão, você deve ter o cuidado de explicar o que está sendo pregado. Não julgue que os ouvintes tenham o seu conhecimento. Por outro lado, também não perca tempo explicando aquilo que é óbvio. Explique apenas o necessário e seja breve.
“ Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo?  Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele.” (Atos 8:30-31 RA)



b)        Aplicar
Todo sermão precisa se relacionar com a vida dos ouvintes. Cabe a você, pregador, mostrar como é que a palavra de Deus se aplica na vida prática.
“ o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo;” (Col 1:28 RA)
“ Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais...” (1 Coríntios 4:6a RA)

c)         Motivar
Nós pregamos para influenciar. As pessoas precisam ser motivadas a tomar uma atitude. O Espírito Santo conta em usar você, pregador, para incentivá-las nesta decisão. O medo não é um fator positivo de motivação. Ainda que você fale das labaredas do inferno, termine descrevendo as bênçãos do céu. Mostre as vantagens e recompensas que o ouvinte terá em praticar a verdade bíblica que você pregou. O Senhor Jesus pregava assim.
“ Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.  Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” (Mateus 5:11-12 RA)
“ Respondeu-lhes Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus,  que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna.” (Lucas 18:29-30 RA)

2.3   - Recursos no Sermão
A fim de que o sermão alcance seus objetivos, alguns recursos devem ser empregados para facilitar a compreensão e aceitação da mensagem.

a)        Citação de Versículos
Não há nada mais eficaz do que a palavra de Deus. Procure decorar os versículos-chave, que serão usados como verdadeiras bombas no momento certo da mensagem. Aprenda a fazer isto com convicção. O resultado é tremendamente positivo.
“ porque, com grande poder, convencia publicamente os judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus.” (Atos 18:28 RA)
“ Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Marcos 7:6 RA)

b)        Ilustrações
A ilustração é tão importante para o sermão quanto uma janela num recinto fechado. Ela torna tudo mais claro. Serve para facilitar o entendimento e também ajuda na fixação das idéias.
Você pode ilustrar de duas formas:

1.     Ilustração narrada
Trata-se de “pintar um quadro” na imaginação dos ouvintes por meio da simples narração.
“Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas, entenderam que era a respeito deles que Jesus falava;” (Mateus 21:45 RA)
O Senhor Jesus utilizou-se muito das parábolas para fazer-se compreender. Ao contar uma ilustração, é preciso ser claro, breve e objetivo.

Quatro tipos de ilustrações narradas

§  História bíblica
A própria Bíblia, através de suas muitas histórias, é fonte de ricas ilustrações. Tome apenas o cuidado para não começar uma nova pregação ao contar uma história bíblica.
§  Fato verídico
Um caso verídico, acontecido com você ou que lhe tenha chegado ao conhecimento, também pode servir como ilustração. Cuidado, no entanto, para não ofender ninguém.
§  Estória fictícia
Você mesmo pode inventar uma estória para ilustrar algum ponto do sermão. Só não vá contá-la como se fosse um caso real. Se não tiver muita criatividade, existem livros que trazem coletâneas de estórias que podem servir como ilustração. O perigo destes livros é que são consultados também por outros pregadores. Algumas ilustrações ficam desgastadas. Quem já não ouviu o repetido “pegadas na areia”?
§  Comparação simples
Em sua epístola aos Coríntios, Paulo ilustra o crescimento da igreja comparando-a com uma lavoura e um edifício (1Co 3:9). Mais adiante, ele a compara ao corpo humano, no qual os membros somos nós, e cuja cabeça é Cristo (1Co 12:12) . Neste caso, ele queria ilustrar a unidade e cooperação que deve haver na igreja. Como se vê, a comparação é um recurso simples e direto para se fazer entender.

2.     Ilustração encenada
Ações causam mais impacto do que palavras.
Para ensinar que devemos ser humildes como crianças, Jesus tomou um menino no colo (Mc 9:36). Na última ceia, querendo ressaltar o dever de servir ao próximo, ele mesmo lavou os pés dos apóstolos (João 13:12).



2.4     - Gêneros de Sermões
Quando sermões diferentes têm assuntos da mesma natureza, dizemos que são do mesmo gênero. Apesar de não existir uma classificação universal, podemos definir os sermões nos seguintes gêneros:

a)        Sermão Evangelístico
Todo o sermão deve apresentar, em algum momento, a Jesus como único Senhor e Salvador. No caso do sermão evangelístico, apenas este é o foco.

b)       Sermão Doutrinário
No sermão doutrinário, uma doutrina bíblica é apresentada com fins práticos. Exemplos: a trindade, a expiação, a ressurreição, etc.

c)        Sermão Pastoral
Também chamado de “devocional”, o sermão pastoral visa edificar os crentes, encorajando-os e fortalecendo-os na palavra de Deus.

d)       Sermão Cerimonial
É o sermão adequado para cerimônias especiais, tais como: casamentos, batismos, inaugurações, ordenações, sepultamentos, etc.

e)       Sermão Ocasional
O chamado de ocasional o sermão cujo tema é voltado para alguma data em especial. Exemplos: aniversários, feriados nacionais, fim de ano, etc.

2.5   - Estilos de Sermões
De acordo com a sua estrutura homilética, um sermão pode geralmente ser classificado como temático, textual ou expositivo.

a)        Sermão Temático
Chamado também de sermão “tópico” ou “de assunto”. Apesar de ser o estilo preferido dos pregadores iniciantes, este não é o tipo ideal de sermão. Há situações, no entanto, em que é necessário pregar sobre um tema específico.

1.     Características do sermão temático:
§  O sermão não se prende ao texto lido, mas ao tema proposto.
§  Cada uma das divisões do sermão é apoiada por um versículo ou trecho bíblico, independentemente do texto lido.
§  O texto lido inicialmente serve apenas como pretexto para se entrar no tema.

2.     Vantagens do sermão temático:
Note que as vantagens beneficiam somente ao pregador.
§  É o sermão mais fácil e rápido de se preparar, pois as divisões e argumentos ficam a critério do pregador, sem nenhuma relação com o texto lido inicialmente.
§  O pregador elabora seu sermão sobre um assunto que ele mesmo escolher.
§  O objetivo é mais facilmente alcançado, pois o pregador elabora seus argumentos segundo a sua conveniência, e não ao texto bíblico.

3.     Desvantagens do sermão temático:
§  O texto serve ao sermão, quando o ideal é que o sermão sirva ao texto.
§  Pouca ou nenhuma exegese. O desenvolvimento do sermão é apoiado em diversos versículos isolados, mas o pregador não se aprofunda em nenhum deles.
§  Uma vez que o texto é apenas um pretexto para se entrar no tema, os ouvintes podem ficar frustrados ao perceberem que a leitura não será explicada.
§  Por este ser um tipo de sermão mais fácil de se elaborar, o pregador pode acabar negligenciando o estudo mais aprofundado da Bíblia.

b)       Sermão Textual
Neste caso, o pregador esmiúça um pequeno texto das Escrituras até a exaustão, mesmo sem interpretá-lo à luz do seu contexto maior. O estilo textual foi usado por Charles Haddon Spurgeon em quase setenta por cento das suas mensagens. Ele ficou conhecido como “o príncipe dos pregadores”.

1.     Características do sermão textual:
§  O sermão se baseia num pequeno texto bíblico – geralmente de um a três versículos.
§  As divisões devem ser extraídas do próprio texto.
§  As sub-divisões podem ser apoiadas por outros versículos, independentemente do texto, a fim de enriquecer a mensagem.

2.     Vantagens do sermão textual:
§  A atenção se volta para um só texto bíblico.
§  O texto escolhido ficará fixado na mente dos ouvintes.
§  O tema é proveniente do próprio texto.

3.     Desvantagens do sermão textual:
§  Nem todos os textos da Bíblia servem para sermões textuais.
§  A mensagem fica limitada às divisões do próprio texto.

c)        Sermão Expositivo
Trata-se do melhor estilo de sermão para que a igreja seja solidamente alimentada com a palavra de Deus. Portanto, saber pregar expositivamente deve ser o alvo de todo pregador.

1.     Características do sermão expositivo:
§  O sermão se baseia numa passagem mais extensa da bíblia, às vezes podendo chegar a um capítulo inteiro.
§  As divisões e sub-divisões são extraídas da própria passagem lida.
§  O tema precisa estar de acordo com a intenção original do autor.

2.     Vantagens do sermão expositivo:
§  A igreja cresce no conhecimento das Escrituras.
§  Mostra que uma passagem da Bíblia não somente é informativa, mas também útil.
§  Desperta nos ouvintes o interesse pela leitura bíblica.
§  Protege as ovelhas contra possíveis heresias.
§  Assuntos delicados são tocados dentro de um contexto e não propositalmente.

3.     Desvantagens do sermão expositivo:
Não há desvantagens. A despeito disso, como vivemos uma época em que todos parecem ter pressa, alguns julgam negativos os seguintes aspectos:
§  Exige-se muito mais estudo e tempo de preparo para o sermão.
§  É impossível pregar expositivamente em menos de trinta minutos.

2.6   - Estrutura do Sermão
Todo tipo de sermão, quer seja temático, textual, ou expositivo, precisa ser pregado de forma lógica e organizada. Este é o segredo para que os ouvintes entendam claramente a mensagem. Portanto, é imprescindível que o pregador tome muito cuidado com a estrutura do seu sermão.
Um sermão eficaz deve ser estruturado com pelo menos quatro seções distintas: introdução, proposição, desenvolvimento e conclusão. Não se deve menosprezar a importância de nenhuma destas quatro partes. Vejamos por que:

a)        Introdução do Sermão
Desperta a atenção e simpatia dos ouvintes, mostrando a relação entre o texto e suas próprias vidas. Em sua elaboração procure responder à esta pergunta que estará na mente dos ouvintes: “O que este texto tem haver com a minha vida, para que eu preste atenção nesta mensagem?”

1.     Importância da introdução:
§  Desperta a atenção.
§  Ganha a simpatia.

2.     Características de uma boa introdução:
§  Está ligada ao tema.
§  É interessante.
§  É clara e simples.
§  É breve e direta.
§  Conduz à proposição.

3.     Erros a se evitar na introdução:
§  Ficar se desculpando.
§  Prometer uma grande mensagem.
§  Impressionar com palavras difíceis.
§  Tentar ganhar a simpatia com piadas.
§  Sobrecarregar a introdução com muitas informações.
§  Antecipar algum ponto que será dito mais tarde, no desenvolvimento.
§  Alongar-se.

b)       Proposição
A proposição é a tese, o tema, ou idéia central, que deverá ser comprovada nos pontos do desenvolvimento. Em sua elaboração procure responder a esta pergunta que estará na mente dos ouvintes: “Qual a finalidade desta mensagem?”
A resposta é a proposição, que deve caber numa única frase. Por isso a proposição é também chamada de “tópico frasal”.
Apesar de a proposição caber numa única frase, não deve ser menosprezada. A sua maior importância está no fato de que toda a mensagem depende dela e gira ao seu redor.

1.     Importância da proposição
§  É o fundamento de toda estrutura do sermão.
§  Mantém a unidade do sermão.
§  Revela o propósito da mensagem.
§  Ajuda a fixar o tema na mente dos ouvintes.
§  Cria expectativa.

2.     Características da boa proposição
§  Revela a idéia central do texto.
§  Expressa uma verdade eterna.
§  Apresenta algo que será meditado no desenvolvimento.
§  É uma afirmação específica.
§  É uma declaração positiva.
§  Cabe numa única frase.

3.     Erros a se evitar na proposição
§  Criar expectativas que não serão satisfeitas no sermão.
§  Antecipar os pontos do desenvolvimento.

4.     Alguns tipos de proposição
§  Uma verdade que será provada.
§  Um problema que será solucionado.
§  Uma necessidade que será satisfeita.
§  Um questionamento que será respondido.

Observação:
Em alguns livros de homilética, a proposição é incluída como parte da introdução. No entanto, a sua importância é tão grande, que é mais seguro trata-la em separado. Assim você não se esquecerá de preparar esta parte do sermão com o devido cuidado.

c)        Desenvolvimento
Visa comprovar a tese apresentada na proposição. O desenvolvimento é conhecido também como “corpo” do sermão. Este corpo é organizado em pontos, também chamados de divisões. Em sua elaboração procure responder a estas perguntas que estarão na mente dos ouvintes: “Onde a Bíblia comprova ou soluciona a proposição apresentada?” ou “Como farei isto?”

1.     Importância do desenvolvimento
§  Visa solucionar a proposição.
§  Cria uma seqüência lógica para assimilação da verdade.

2.     Características de um bom desenvolvimento
§  É organizado em pontos.
§  Todos os pontos originam-se da proposição.
§  Os pontos podem dividir-se em sub-pontos.
§  Todos os pontos e sub-pontos baseiam-se na Bíblia.
§  Cada ponto deve ser uma frase curta e clara.
§  Se houver pontos positivos e negativos, os negativos devem vir primeiro
§  Os pontos mais fracos vêm antes dos mais fortes.

3.     Erros a se evitar no desenvolvimento
§  Exagerar no número de pontos.
§  Exagerar na quantidade de sub-pontos.
§  Inserir pontos irrelevantes à proposição.

d)       Conclusão do Sermão
Visa principalmente convencer os ouvintes a tomar uma decisão favorável à mensagem. Na sua elaboração procure responder à esta pergunta que estará na mente dos ouvintes: “Por que é importante que eu mude a forma de pensar ou agir?”

1.     Importância da conclusão
§  Mostra que a mensagem atingiu seu objetivo.
§  Leva os ouvintes a tomar uma atitude.

2.     Características de uma boa conclusão
§  Encerra o assunto.
§  Reforça a aplicação da mensagem.
§  Enfatiza o positivo e não o negativo, as bênçãos e não as maldições.
§  Incentiva o ouvinte a tomar a decisão certa.
§  Fala de forma direta e pessoal, ao indivíduo e não à multidão.
§  É simples e objetiva.
§  É, geralmente, breve.
§  Procura alcançar todos os grupos presentes.

3.     Erros a se evitar na conclusão
§  Terminar abruptamente.
§  Explicar os pontos novamente (recapitular não é explicar novamente).
§  Incluir novas idéias.
§  Prometer bênçãos irreais.
§  Concluir friamente.
§  Fazer graça.
§  Alongar-se.

2.7   - Preparo do Sermão

a)        Escolha o texto
Convém que a escolha do texto não seja uma tarefa angustiante para o pregador. Isto só pode ser evitado com uma disciplina de leitura diária da Bíblia. Todos os dias você precisa separar um horário para meditar nas Escrituras. Desta meditação diária é que naturalmente surgirão idéias para futuras mensagens.

1.     Porque basear a pregação no texto bíblico
§  Confere ao sermão a autoridade da Palavra de Deus.
§  Ensina o povo a interpretação das Escrituras.
§  Cria o hábito da leitura bíblica.
§  Ajuda o ouvinte a lembrar-se do sermão.
§  Mantém o sermão dentro de um objetivo.

2.     Dicas para a escolha do texto
§  Deve ter coesão.
§  Deve fornecer argumentos que sustentem a proposição.
§  Deve ter aplicabilidade prática.
3.     Textos a serem evitados
§  Declarações falsas de pessoas más
Exs.: Jó 2:4; 1 Rs 20:23.
§  Declarações falsas de pessoas bem intencionadas
Exs.: Os amigos de jó
§  Declarações verdadeiras feitas por pessoas más
Exs.: At 16:17

b)       Faça anotações
É aconselhável que você tenha um caderno específico para anotações bíblicas. Este caderno deve acompanhá-lo em sua leitura diária da Bíblia. Nele você deve anotar tudo que lhe chamar a atenção em um texto.
Nem sempre você sentirá a necessidade de anotar alguma observação. Às vezes a leitura segue por vários capítulos, sem que nada lhe surpreenda. Mas quando algo lhe falar mais forte ao coração, mesmo que seja um só versículo, pare imediatamente e procure meditar naquele trecho das Escrituras. Anote tudo que lhe ocorrer naquele instante. Não se preocupe com a caligrafia, ou erros de português. O importante é não perder as impressões do momento.

1.     Preste atenção também aos:
§  Nomes dos personagens
§  Nomes dos locais (nações, cidades, povos, etc.)
§  Aspectos culturais
§  Verbos
§  Detalhes
§  Contrastes
§  Símbolos

2.     Enriqueça suas anotações:
§  Examinando outros versículos relacionados
Muitas Bíblias relacionam cada versículo com outros que contenham o mesmo assunto. É a Bíblia explicando a própria Bíblia. Este é um recurso muito útil.
Na maioria das versões, a referência é apontada por uma letra minúscula em itálico dentro do próprio versículo. Procure por esta mesma letra no rodapé da página, (ou entre as duas colunas do texto bíblico, dependendo da Bíblia). Ali estarão referências a outras passagens bíblicas correlatas.
§  Consultando os comentários bíblicos
Existem enciclopédias que comentam a Bíblia versículo por versículo, ou livros que a comentam, capítulo por capítulo. Algumas Bíblias trazem breves comentários sobre versículos cruciais. Como exemplo, podemos citar as Bíblias: Anotada, Plenitude, Shedd, Pentecostal, Scofield, Genebra, Apologética, entre outras.
§  Comparando o texto com outras versões da Bíblia
Não esqueça que muitos ouvintes não estão usando a mesma versão da Bíblia que você. É importante fazer comparação entre as versões mais populares atualmente: Revista e Corrigida (RC); Revista e Atualizada (RA); Edição Contemporânea (ECA); e Nova Versão Internacional (NVI).
§  Descobrindo o sentido original
Caso haja divergência nas versões, recorra a livros que examinem o sentido da língua original. No Antigo Testamento, o hebraico; no Novo Testamento, o grego. Ao pregar, explique o significado real daquela palavra ou trecho, mas não menospreze nenhuma versão da Bíblia.

c)        Descubra a idéia dominante
Possivelmente, de um texto que lhe chame a atenção surgirá a idéia para uma mensagem. Quando isto acontecer, releia todo o contexto por mais de uma vez. Faça-o até identificar se a sua idéia está de acordo com a intenção da própria palavra de Deus.
Caso esteja, você descobriu a idéia dominante. Agora é necessário resumi-la em uma única frase, simples e objetiva. Esta é a chamada proposição.
Como se vê, a proposição é a primeira coisa a ser elaborada no sermão.

d)       Selecione os pontos relevantes
O que você disser na proposição, deverá ser comprovado com a própria Bíblia. Nos estilos textual ou expositivo, as “provas” estão contidas no próprio texto lido. No caso de um sermão temático, as provas (chamadas de pontos) podem surgir de qualquer parte da Bíblia.
Esta elaboração dos pontos é chamada de “desenvolvimento”.
Muitos pontos podem saltar de um texto, mas apenas os indispensáveis é que devem fazer parte do desenvolvimento. Esta seleção geralmente resume os pontos a um mínimo de dois ou três.
É desaconselhável que um pregador iniciante prepare um sermão com mais de quatro pontos. A pregação fica longa demais e, por inexperiência, não se consegue manter o interesse dos ouvintes.

e)       Elabore a Conclusão
A conclusão é tão importante quanto o desenvolvimento. Muitos pregadores menosprezam o preparo da conclusão, talvez por já estarem exaustos com a elaboração do pontos. Mas uma conclusão mal feita faz o sermão inteiro perder o seu impacto.

1.     Dicas
§  Inicie a conclusão com uma frase de transição
§  Fale diretamente ao indivíduo
§  Termine com uma declaração forte
2.     Métodos de se Concluir
§  Recapitulando os pontos
§  Aplicando a proposição
§  Reforçando o texto
§  Ilustrando
§  Questionando

f)         Elabore a Introdução
Por mais estranho que pareça, não só a conclusão, mas também a introdução deve ser preparada por último.

1.     Razões para a introdução ser preparada por último:
§  A Introdução apontará para o corpo da mensagem
§  A Introdução não influenciará a Proposição
§  A Introdução terá apenas o que for relevante à mensagem

2.     Alguns tipos de Introdução
§  Textual
§  Temática
§  Ocasional
§  Ilustrativa
§  Questionadora

g)        Passe a limpo
Depois que tudo estiver pronto, passe a limpo a introdução, proposição, desenvolvimento e conclusão (nesta ordem) para uma só folha, se possível. O desafio de fazer com que tudo caiba em uma só folha é o desafio de preparar o que chamamos de “esboço” do sermão.
Este desafio é bastante útil, porque obriga o pregador a que “apare as arestas” do seu sermão.

A fim de facilitar este trabalho, responda a si mesmo as seguintes perguntas em relação ao conteúdo do seu sermão:

1.     Esta informação é indispensável?
2.     Esta é a maneira mais simples de explicar isto?
3.     Esta é a maneira mais interessante de descrever isto?
4.     Esta é a maneira mais motivadora de aplicar isto?



2.8   - Esboço
O Esboço é o roteiro da mensagem. O Esboço está para o pregador, como a planta para o arquiteto, ou ainda como a receita para um cozinheiro. A receita não é a comida, a planta não é a obra, e o esboço também não é a pregação. No entanto, esta comparação serve para mostrar a importância do esboço.
Apesar de existirem livros que tragam esboços de sermões já preparados, o ideal é que cada pregador construa seu próprio esboço, na direção do Espírito Santo.

a)        Importância do Esboço
1.     Obriga o pregador a organizar o seu sermão
2.     Facilita o entendimento da mensagem
3.     Dá maior segurança ao pregador
4.     Possibilita que o mesmo esboço seja usado em outra pregação

b)       O que o Esboço não é
1.     O esboço não é o sermão escrito
2.     O esboço não é para ser lido, mas seguido
3.     O esboço não é para complicar, mas sim facilitar
4.     O esboço não é impedimento ao agir do Espírito Santo

c)        A estrutura do Esboço

           TÍTULO                                        Nome do sermão


Texto básico                               Referência bíblica que é a base do sermão

Introdução                                Escreva frases curtas que lembrem o início


Proposição                                Escreva toda a proposição, apesar de ser decorada





Desenvolvimento                      [Frase de transição] Liga a proposição aos pontos

I.            Primeiro ponto
1.1) Sub-ponto
1.2) Sub-ponto

II.          Segundo ponto
2.1) Sub-ponto
2.2) Sub-ponto

III.        Terceiro ponto
3.1) Sub-ponto
3.2) Sub-ponto
  

Conclusão                                  [Frase de transição] Vai culminar nà conclusão

                                                     Escreva frases curtas que lembrem o final




Autor: Alan Capriles
alancapriles@gmail.com


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